Resumo do ano vinícola de 2022
Início de vindima muito condicionado pela acentuada seca e pela vaga de calor que decorreu entre o final de Junho e meados de Julho. Uvas das zonas baixas apresentaram valores...
Pela primeira vez na minha vida visitei o Japão. Não fui numa viagem de férias, como teria desejado. Na verdade, tratou-se de uma viagem de negócios, uma vez que estamos determinados a encontrar distribuição para os nossos vinhos no país do sol nascente. As expectativas eram altas em relação a esta viagem. Esperava encontrar uma cultura única, uma nova sociedade e uma maneira diferente de pensar. E, sem surpresas, o Japão não frustrou as minhas expectativas. Esta foi uma das mais ricas, interessantes e inesquecíveis experiências que já tive, e só visitei Tóquio, a capital.
Não é apenas a comida, a língua ou as casas, mas são as pessoas, a maneira como pensam e se comportam. É difícil descrever. Li alguma informação sobre a cultura japonesa antes de chegar, mas não há nada que possa realmente transmitir o que se sente quando se chega lá. É a maneira como dizem olá ou adeus, a maneira como falam e conduzem ou a tradição da vénia. Os japoneses são tremendamente educados, respeitosos e concentrados e sempre se asseguram que o convidado se está a sentir bem. As ruas estão sempre perfeitamente limpas e as pessoas caminham de maneira ordenada e expectável.
Ainda que aquilo que vá dizer possa não ser válido para a geração mais nova, os japoneses têm sempre como prioridade o bem-estar do grupo em vez do individual. Trabalham para alcançar um determinado objectivo para a empresa ou para o país, sempre colocando os interesses individuais acima dos pessoais. Isto talvez possa ser explicado pelas consequências da II Guerra Mundial, da qual o Japão saiu derrotado. Para ultrapassar a destruição em que ficou o país os japoneses uniram esforços e trabalharam juntos na reconstrução do país. Todos foram necessários nesta gigantesca tarefa e o trabalho duro no interesse do grupo sempre vinha por cima. E na verdade resultou miraculosamente bem, já que no início deste século o Japão era a segunda maior economia do mundo, depois dos EUA. Foi recentemente ultrapassada pela China, mas isso é tema para outro artigo.
Instalar-se num ryokan, a tradicional residencial japonesa, talvez seja uma boa maneira de ajudar a perceber melhor a cultura japonesa. O quarto talvez seja pequeno e o chão um pouco duro, mas os banhos públicos ou o delicioso pequeno almoço são coisas que não se esquecem. Quero volta, em breve!
Oscar