Com a vindima das uvas brancas terminada, gostava de partilhar convosco algumas características das castas típicas do Douro. Que aspeto têm e o que trazem ao vinho. Pedi à incansável e energética Tanya Garnham para fotografar cachos representativos de cada casta. Por outro lado, fiz uma pesquisa online e encontrei uma descrição precisa de cada uma das castas em questão. No site Portuguese Wine Club Co Uk há uma grande diversidade de castas tradicionais Portuguesas descritas com critério e cuidado. Aqui ficam as quatro principais que utilizamos nos nossos vinhos:
Arinto
É uma casta versátil, cultivada em quase todas as regiões vitícolas de Portugal. Na região do Vinho Verde toma o nome de Pedernã. Produz vinhos vibrantes com uma acidez viva e refrescante, geralmente de qualidade mineral, acompanhados de aromas suaves que recordam maça, lima e limão. Os vinhos que utilizam uma base de Arinto podem envelhecer mas são melhores novos. Uma vez que consegue manter a acidez mesmo em climas quentes, o Arinto é muitas vezes acrescentado a castas com baixa acidez para melhorar os lotes – especialmente nas quentes regiões do Alentejo e Ribatejo. A sua boa acidez faz dele um bom ativo para vinhos espumosos.
Gouveio
Esta casta do Douro é agora plantada em todo o território, tendo-se tornado especialmente popular no Alentejo. Produz vinhos frescos, vivos e com boa acidez, muito corpo e frescura, aromas cítricos a par de notas de pêssego e anis, resultando num equilíbrio notável. Envelhece bem em garrafa. Durante anos foi conhecido como Verdelho do Douro, o que trazia confusão, uma vez que o Gouveio nada tem que ver com o Verdelho da Madeira.
Malvasia Fina
É uma casta do interior norte de Portugal, especialmente do Douro, Dão e Beira Interior. Os vinhos feitos a partir de Malvasia Fina são subtis, sem ser particularmente intensos, apresentam-se razoavelmente frescos e ligeiramente complexos. Poderá trazer notas de melaço, por vezes cera de abelha e noz moscada. Os vinhos poderão apresentar-se com influência de fumo sem nunca terem envelhecido em madeira. Utilizada normalmente em lotes, contribui também para a base de alguns vinhos espumantes nas regiões mais frescas e/ou quando vindimado cedo, como é o caso nas regiões de Távora-Varosa e Lamego.
Viosinho
Esta casta sobrevive na maioria das vezes misturada aqui e ali nas vinhas velhas brancas do Douro. Tradicionalmente, o Viosinho era uma casta impopular entre os viticultores devido aos seus baixos rendimentos. Só recentemente os enólogos se aperceberam do tesouro que tinham entre mãos, como um componente nos lotes tanto para o vinho do Porto como para os vinhos do Douro. Faz vinhos encorpados mas frescos, perfumados, equilibrados, com melhores desempenhos em climas soalheiros e quentes.
Outras castas brancas poderiam ser referidas aqui como a Códega ou o Rabigato, mas deixamo-las para outro artigo.
Agora que já sabemos com que cada casta contribui para o lote de vinho, vou dar um salto à adega e ver se os nossos vinhos cheiram e sabem ao que lemos acima.
Oscar